terça-feira, 8 de maio de 2012

And I Waited - Capítulo 7


Como contar aos pais que se está namorando?


A festa terminou quase de manhã e Ana foi para casa absorta em seus pensamentos, tentando digerir tudo o que acontecera aquela noite. No dia seguinte Zac apareceu na casa dela à tarde com a desculpa de acompanhá-la para o treino na escola.

- Você não falou com eles? – o garoto perguntou.

- Ainda não.

- É tão difícil assim?

- Claro que é Zac! Eu nunca namorei ninguém, e você é meu melhor amigo, meus pais acham que tenho você como irmão. – Ana mostrou a obviedade da questão.

- Me deixa falar com eles. - ele falou em tom de súplica.

- De jeito nenhum, até parece que não conhece minha mãe? Ela odeia quando peço a alguém pra falar por mim. Nunca dá certo.

- Deu certo nas férias.

- Mas eu não fazia idéia de que você iria falar com eles.

- Está bem Ana. Eu espero. – Zac se deu por vencido.

Ana Clara e Pedro treinaram cerca de seis horas e Zac ficou no ginásio o tempo todo, até cochilou deitado na arquibancada.

- O que deu no seu amigo? Ele ficou a tarde toda aqui. – Pedro perguntou a Ana.

- Acho que ele não tinha nada mais interessante para fazer. – Ana respondeu timidamente.

- Você está estranha hoje. Deve ser efeito de ontem. - comentou Pedro.

- Deve ser, aliás, obrigada por ter ido. Foi o máximo o que fizeram.

- É para isso que servem os amigos. Agora vai acordar o Sr. USA que ele está começando a roncar. – ele brincou.

Ana e Zac saíram do colégio por volta das sete da noite e seguiram para a quadra em que Ana morava. Ao passarem por baixo de um prédio, ele sugeriu que se sentassem lá por um tempo e assim fizeram.

- Você acha que vão achar ruim quando contar a eles? – Zac perguntou ao abraçá-la.

- Acho que não, mas vão ficar surpresos.

- Você é linda sabia? – ele disse ao beijar o pescoço de Ana, que arrepiou no primeiro toque dos lábios dele em sua pele. – Adoro o seu cheiro.

Ana não sabia o que dizer, ela estava amando ser acariciada daquela forma, mas não sabia como agir. Zac a virou de frente para ele e acariciou os ombros dela com o dedo, em seguida a beijou apaixonadamente e Ana sentiu seu corpo enfraquecer. Parou de beijá-lo no mesmo instante.

- Me desculpe Zac. Acho melhor a gente voltar, já está ficando tarde. – Ana se levantou do chão em um pulo.

- Eu fiz algo de errado Ana, o que foi? – ele perguntou confuso.

- Não, é que foi demais para mim. Não estou acostumada, é só isso. – Ana queria sumir de tão envergonhada que ficou.

Ana tinha certeza de que estava apaixonada por Zac, mas não queria colocar o carro na frente dos bois. Não se sentia preparada para um namoro físico muito íntimo.

Eles chegaram ao apartamento de Ana e ficaram conversando na sala até às dez horas, como sempre faziam.

- Aninha, eu sei o que pensa sobre sexo. Casar virgem e todo esse lance. Não vou forçar nada e espero que confie em mim, ok? Você sabe que também não tenho experiência alguma nesse sentido.

- Eu sei, só não quero acabar com esse clima de amizade que temos. Tenho medo de que se nos tornarmos mais íntimos fisicamente, a gente acabe se distanciando, sei lá. – Ana pegou a mão de Zac e começou a arranhar a unha dele como de costume.

- Eu prometo que isso não vai acontecer. – Zac chegou bem pertinho dela e deu um selinho em seus lábios. – Acho melhor eu ir embora.


Antes de sair para escola na manhã seguinte, Ana escreveu um bilhete para seus pais contando que estava namorando o Zac, mas não teve coragem de entregar a eles. Os três desceram juntos até o estacionamento e Ana amassou o bilhete, jogou para dentro do carro dos pais quando estavam dando ré no carro e saiu correndo.

Ela só parou de correr quando chegou ao portão da escola. Fernanda estava esperando por ela e começou a rir ao ver a amiga toda descabelada e ofegante.

- O que aconteceu com você, parece até que viu um fantasma? – Fernanda debochou.

- Nada não, é que resolvi fazer uma corridinha.

- Sei. Você pode me dizer onde estava ontem à noite? Eu liguei na sua casa e seu pai disse que estava na escola, mas encontrei o Pedro na lanchonete e ele me disse que você e o Zac tinham ido embora bem antes que ele. – Fernanda estava com aquele olhar inquisidor que só ela tinha.

- Tenho uma novidade. – Ana fez uma pausa, esperando uma reação da amiga que só arregalou o olho. – o Zac e eu estamos namorando.

Aquela foi a primeira vez que Ana disse em voz alta e seu coração acelerou com a confirmação de que era realmente verdade e não uma imaginação. Ela estava namorando o Zac Hanson.

- Aleluia! – gritou Fernanda.

- Shiii. Tá doida! – Ana ralhou com a garota.

- Que foi? É segredo?

- Não, sei lá.

Elas foram para a sala de aula e sentaram-se nas carteiras de sempre, na fileira do meio da sala. Mateus já estava sentado, Fernanda deu um beijo nele e sentou ao seu lado. Ana sentou na carteira de trás.

- Já sabe da novidade? – Fernanda perguntou para Mateus.

- Que novidade?

- Ele não te contou? – ela pareceu surpresa.

Zac entrou na sala acompanhado de mais alguns colegas, colocou a mochila na carteira atrás de Mateus e beijou a boca de Ana. A sala se encheu de gritinhos e burburinhos animados.

- Bom dia! – Zac cumprimentou a turma em alto e bom som.

Todos sorriram e Ana sentiu as bochechas esquentarem.

- Até que enfim! –disse Mateus animado. – Não aguentava mais ouvir esse cara se lamentando o tempo todo.

- Cala a boca moleque! – Zac deu um tapa na cabeça do amigo.

Zac colocou sua carteira junto com a carteira de Ana Clara. Eles sempre faziam isso nas aulas do professor Júlio e da professora Luna, que não se importavam. No intervalo foram para a quadra jogar vôlei. Ana levou uma bolada no queixo e Zac correu até ela e deu um beijo no queixo e outro nos lábios da garota. Renata ficou pasma quando viu a cena, pois não tinha visto o beijo da sala, e saiu correndo para o banheiro aos prantos. Por mais que Ana não fosse com a cara de Renata, ela ficou com dó da garota e teve vontade de ir atrás dela, mas antes que o fizesse, Fernanda disse:

- Eu não faria isso se fosse você, ela é capaz de te afogar na privada.

- Ela não faria isso. – Ana falou rindo.

- Mas também não te agradeceria por ir atrás dela.

Ana concordou e deixou Renata para lá. Depois da aula, ela foi direto para casa e levou um baita susto ao abrir aporta e ver os pais sentados no sofá.

- Oi! Que bom, vieram almoçar comigo? – Ana falou tentando disfarçar que estava nervosa.

O pai de Ana Clara mostrou o papel amassado e falou:

- Por que não contou pra gente?

Ana queria desaparecer, ela estava com muita vergonha, principalmente de seu pai.

- Eu escrevi, não foi?

- Filha não precisa ter vergonha, nem medo. Você já é uma moça e confiamos em você. – Luísa tentou tranquilizá-la.

- Então porque vieram para casa agora? Poderíamos conversar à noite. – Ana falou com uma nota de ressentimento na voz.

- Porque esse é um grande acontecimento e queremos fazer parte desse momento filha. – a mãe explicou.

- Não estão chateados? – Ana perguntou surpresa.

- Claro que não Ana. - O pai começou. – Desde quando vocês estão namorando?

- Desde sábado, na festa.

- Isso explica muita coisa. – disse o pai pensativo.

- Não entendi pai?

- É que o Zac estava diferente no sábado, ela não parava de perguntar se tínhamos certeza de que você gostaria que ele fosse o seu par na festa. O que ele falou no vídeo foi muito fofo e a forma como ele olhou para você quando estavam dançando, com cara de apaixonado. – explicou a mãe.

- Mãe? – Ana estava com o rosto totalmente vermelho.

- Mas vocês já estavam ficando? – o pai perguntou sério.

- Não pai! – Ana não estava gostando nada do rumo da conversa.

- O que foi? – o pai perguntou a Luísa. – Não é assim que eles fazem hoje? Ficam primeiro?

- Eu e o Zac não ficamos pai. Ele me pediu em namoro no sábado e aceitei. – Ana não estava gostando mesmo daquela conversa.

- Vocês se beijaram? – ele perguntou cauteloso.

- Elias! – exclamou Luísa furiosa.

- Claro que nos beijamos e já que quer tanto saber, ele foi o primeiro garoto que beijei. – Ana saiu correndo para seu quarto e se trancou lá.

Ela sabia que o que dissera para o pai não era a verdade completa. De fato Zac fora o primeiro garoto que ela beijou, mas isso foi aos doze anos e por pura curiosidade, além de ter beijado o Pedro depois.

Luísa bateu na porta do quarto e Ana abriu.

- Não ligue para o seu pai querida, você sabe que para ele é mais difícil aceitar que você cresceu.

- Eu sei mãe.

- Me conta como foi? – Luísa perguntou.

E Ana Clara contou tudo para a mãe e ficou feliz por ter falado, sentiu-se aliviada, como se ela e a mãe tivessem passado para outro estágio em seu relacionamento de mãe e filha.

- Diga para o Zac vir jantar conosco essa noite. – Luísa falou para Ana.

- Pode deixar.


Ana foi para a escola mais cedo naquela tarde para ver o namorado (*suspiro*) no basquete. Fernanda também estava lá e as duas conversaram sobre os pais de Ana, de como eles reagiram e do jantar mais tarde.

- Fê, sei que já conversamos sobre a sua primeira vez, mas não entramos em detalhes. Como você sabia que era o Mateus o cara certo? – Ana perguntou timidamente.

- Eu não sei Ana. Simplesmente aconteceu, eu gosto muito dele e me sinto super atraída por ele. Por quê? Você está pensando em transar com o Zac?

- Não, não é isso. Pelo contrário, eu gostaria de manter o nosso namoro só nos beijos e abraços. Você sabe que quero que a primeira vez seja na minha noite de núpcias, mas tenho medo, sabe? E se nenhum cara que vier a namorar quiser esperar? – Ana estava muito preocupada com essa questão desde a noite anterior.

- Ana, eu acho que o cara que amá-la de verdade vai saber respeitar a decisão que tomar. – Fernanda abraçou a amiga.


Zac voltou para buscar Ana no colégio depois do treino e foram de bicicleta para a casa dela. Ele estava tão nervoso, que parecia até que nunca tinha visto Luísa e Elias na vida. Eles jantaram e Ana foi até a cozinha pegar sorvete para a sobremesa e a mãe foi com ela.

- Mãe fala para o meu pai pegar leve, tá? O Zac está morrendo de vergonha. – Ana falou.

- Não se preocupe. Você sabe que seu pai gosta muito dele.

Elas voltaram para a sala e serviram o sorvete. A mãe de Ana então falou:

- Zac, o Elias e eu estamos muito felizes de saber que você e Ana estão namorando.

- Obrigado dona Luísa. Fico feliz que vocês aprovem e quero que saibam que eu realmente gosto muito da Aninha e vou continuar respeitando as regras.

- Por falar em regras, eu quero que vocês dois saibam que confiamos em vocês e por isso acho que algumas regras podem ser mudadas. – começou Elias.

Ana ficou surpresa ao ouvir o pai falar aquilo e ficou esperando pelo resto.

- Ana, antes você tinha que estar em casa às dez. A partir de hoje, durante a semana eu quero que esteja em casa às onze, e se o Zac estiver aqui, ele deve ir embora nesse horário. E nos finais de semana, não vamos estipular um horário, mas resolveremos no dia. – Elias olhou para a esposa e ela continuou.

- E quanto a entrar no quarto, poderão ficar lá desde que a porta fique aberta e estejamos em casa, tudo bem? – Luísa concluiu.

- Tudo bem. – Zac falou.

- Uau! – exclamou Ana. – O que aconteceu com vocês?

- Por quê? – Elias se fez de desentendido.

- Eu achei que vocês iriam colocar mais regras e não aliviá-las.

- Como seu pai disse, confiamos em vocês. – Luísa encerrou o assunto e chamou o marido para ajudá-la com a louça.

Ana e Zac ficaram sentados e começaram a rir de toda aquela situação. Algum tempo depois os pais de Ana passaram pelo corredor, deram boa noite e foram para o quarto. Eram dez horas e eles ainda tinham uma hora para namorar e preferiram ficar na sala mesmo. Ia demorar a se acostumarem com toda aquela “liberdade’’, depois de anos de regras tão rígidas.

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Desculpem pela demora, como a Paulinha disse, estou na correria. E também sei que isso não é desculpa, mas não sei me dividir em cinco como você faz amiga! kkk Vou tentar postar com mais frequência. 



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