Na segunda-feira seguinte Ana foi para a escola de patins, um roller blade que ela tinha desde os dez anos. O dia amanheceu lindo, no céu não havia uma nuvem se quer e Ana adorava patinar em dias como aquele. Ela chegou ao portão da escola e como sempre, teve que tirar os patins do lado de fora, porque dentro da escola não era permitido andar com eles em horário de aula. Calçou o tênis e colocou os patins em uma bolsa de nylon onde sempre os guardava.
Chegou à sala de aula cedo, não havia quase ninguém. Sentou-se em uma carteira mais ou menos no meio da sala, colocou a bolsa na carteira da frente, a mochila na de trás guardando os lugares para Fernanda e Priscila, como sempre fazia a que chegava primeiro. Zac chegou em seguida e sentou-se ao seu lado direito e colocou a mochila na cadeira da frente para Mateus.
- Oi! – cumprimentou Zac.
-Oi! Eu passei o resto do fim de semana pensando em como foi que você conseguiu convencer o meu pai. – disse Ana pensativa.
- Chegou a alguma conclusão? – perguntou Zac chegando a carteira dele para mais perto da carteira dela.
- Não. Então perguntei a minha mãe, porque eu estava intrigada. Eles não ligaram nenhuma vez na Fernanda. – Ana olhou para a mão de Zac e viu que um dedo dele estava sangrando.
Ela pegou um curativo em sua mochila e colocou no dedo do garoto. Ficou segurando a mão dele sem perceber e começou a arranhar a unha do dedão dele. Na verdade ela sempre fazia aquilo, mas naquele momento para Zac aquele gesto pareceu íntimo, algo que ela só fazia com ele e sorriu.
- O que foi? - perguntou Ana.
- É só que eu achei que você tinha percebido que o meu celular tocou de hora em hora. - Zac disse aquilo, mas não era o real motivo de seu sorriso.
- Pois é, minha mãe me contou e disse que foi você quem sugeriu que ela ligasse no seu celular. E disse ainda que você fez um discurso de como eu tenho me esforçado, tirando notas boas, treinando sem parar. Aí ela me falou que você contou a eles que tinha me convidado para a Disney e que eu recusei por causa do meu comprometimento. – Ana parou de falar, pois Zac estava morrendo de rir.
- O que foi? – ela perguntou irritada.
- Nada. – Zac olhou para a mão que ela estava segurando.
- Me desculpe eu tô apertando seu dedo. – ela ficou vermelha de vergonha.
- Sem problema. Então a sua mãe me entregou? Disse como foi que os convenci.
- Obrigada por isso. Acho que a partir de agora eles vão relaxar mais. - Ana estava mais agradecida do que demonstrou.
- Disponha.
Na sexta-feira Ana chegou ao ginásio com uma pasta cheia de desenhos e ao ver Pedro, o chamou para sentarem na arquibancada. Eram desenhos de roupas para eles usarem no campeonato. Paula chegou logo depois e sentou-se com eles para ver os modelos.
- De quem são esses desenhos, Ana? – perguntou Pedro.
- São meus. – respondeu a garota.
- Estão muito bons. Vejo que aperfeiçoou sua técnica. – comentou Paula.
- Obrigada.
- Tô impressionado. Você já pensou em estudar moda, ou algo relacionado? – indagou Pedro.
- Ainda não decidi o que vou fazer na faculdade. Mas quero saber o que acharam das roupas? Têm alguma sugestão? – Ana perguntou.
- Acho que esses dois aqui, têm tudo a ver com o tema que escolhemos. – disse Paula.
- Exatamente. Esse aqui faz o gênero surfista no estilo da roupa, como sugere a música do programa curto. Já esse outro, é mais clássico, mas também com tema praia nas cores, que dão a impressão de mar e areia. – explicou Ana.
- Perfeito Ana. A gente pode usar as duas. Essa primeira no programa curto e essa outra no longo. – sugeriu Pedro.
- Acho que vai ficar ótimo já que a idéia é interligar as apresentações. – concluiu a treinadora.
Ao chegar em casa aquela noite Ana ligou para Fernanda, elas precisavam combinar o que fariam para comemorar o aniversário das duas. Ana era do dia vinte e três de agosto e Fernanda três dias depois, só que um ano mais velha. Ana Clara decidiu que não faria baile de debutante porque achou que não teria tempo para organizar uma festa grandiosa como essa.
- Eu estava pensando em fazer uma festa temática, tipo anos cinquenta, o que acha? – perguntou Fernanda.
- Seria bem legal. Mas será que as pessoas iriam caracterizadas? – questionou Ana.
- A gente tem que divulgar logo, assim todos podem se organizar. – sugeriu Fernanda.
- Pode ser, eu posso fazer os convites.
- Minha mãe conseguiu reservar o salão lá do clube.
- Fernanda você não acha que é muito grande? É um exagero. Poderíamos fazer no salão de festas do seu prédio.
- Não concordo Ana. A festa será de nós duas então teremos convidados em dobro.
- Vou ter que falar com minha mãe sobre isso, ela está pensando que será uma festinha pequena. – retrucou Ana Clara.
- Então nos falamos amanhã, o Mateus chegou.
- São mais de onze horas, ele vai dormir aí? – Ana ficou surpresa.
- Claro que não, é que ele hoje treinou até tarde, essa é única hora que tínhamos para nos ver.
- Então tá, boa noite.
- Até amanhã Aninha.
Ana contou a mãe os planos que ela e Fernanda tinham para o aniversário e Luísa concordou. Nas duas semanas seguintes além da escola e da patinação, Ana ficou envolvida com os preparativos da festa. Criou os convites no dia seguinte ao telefonema que dera a Fernanda. Já haviam enviado todos e Ana decidiu desenhar o vestido que usaria por isso ele só ficou pronto na véspera da festa.
No final das contas, Ana teria uma festa grande, mas que dividiria com sua melhor amiga. E ela achou ótimo porque pode dividir seu tempo de modo que não atrapalhasse o treino.
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A Festa
Pela primeira vez em seis meses, Ana e Pedro não treinaram no sábado, que foi reservado para a garota se preparar para seu aniversário. Ela estava inquieta, pois sua mãe não deixou que ela fosse ao clube ver como estava a preparação da festa. Ana só tinha ido ver o salão uma vez e não tinha idéia de como ficaria a ornamentação que ela e Fernanda escolheram. Sua mãe alegou que a amiga também não iria e que a mãe dela estava cuidando dessa parte.
Ana Clara saiu do salão de beleza por volta das oito da noite, chateada porque Fernanda não quis se arrumar com ela. A amiga dera uma desculpa de que uma tia tinha insistido de arrumá-la em sua casa e que não daria tempo de arrumar as duas. Ana chegou em casa apenas para vestir seu vestido azul turquesa, tradicionalmente rodado e com saias de filó por baixo, como se usava nos anos cinquenta. Na cintura havia um laço branco muito bem engomado para que ficasse armado e no lado direito do busto até os joelhos um lindo bordado de flores brancas. Ela calçou os sapatos estilo boneca bem moderno, colocou um colar de pérolas, juntamente com seus brincos e pulseira e um lindo anel com uma única pérola cravejada (presentes dado por sua avó). Ana já estava usando lentes de contato.
Os pais de Ana também estavam vestidos nos trajes dos anos cinqüenta, mas um pouco mais discretos. Eles saíram de casa depois das nove horas e Ana estava tendo um colapso, pois não queria chegar depois de seus convidados. Elias acabou entrando em uma rua errada e deu uma volta imensa para chegar ao clube o que deixou Ana mais nervosa e se perguntando como o pai foi errar o caminho do clube, que ele já fez tantas vezes. Chegaram ao clube Ipiranga já ia dar dez horas. Ana desceu do carro e foi correndo para a porta de entrada do salão.
- Pois não senhorita? – falou um homem de terno preto que Ana entendeu ser segurança do local.
- É meu aniversário, sou a Ana Clara.
- Só um momento. – disse o homem.
- Filha porque você saiu correndo? – Luísa segurou os braços da filha ao falar.
- Mãe eu estou super atrasada e esse cara não me deixa entrar. – reclamou a garota.
O pai de Ana chegou à porta falando ao celular e logo desligou. Quando a porta do salão foi aberta, Ana Clara se deparou com uma cena que ela não esperava. Zac estava no início de um corredor humano, formado por quinze casais de adolescentes que Ana conhecia muito bem, e estavam todos vestidos iguais. As moças de vestido rodado amarelo e mesmo penteado, os garotos calça preta, camisa branca com gravata de crochê e jaqueta de couro. Fernanda e Mateus eram os primeiros da fila. O Zac, ahh o Zac, pensou Ana. Estava vestido como os outros garotos, mas de terno justinho em vez de jaqueta de couro, em suas mãos havia uma única gérbera vermelha que entregou a Ana assim que se achegou a ela com um lindo sorriso. “Meu Deus como ele é lindo”, divagou Ana. Ele pegou a mão de Ana e a conduziu pelo corredor humano ao som da música em instrumental ‘O barquinho’ de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli (momento cult, haha).
Ana sentia-se flutuando, parecia um sonho, uma fantasia que ela jamais ousara imaginar. Ao chegar do outro lado do salão Zac mostrou uma cadeira branca para Ana e pediu que ela se sentasse. Ele ficou em pé ao seu lado aguardando os pais dela se aproximarem e lhes apontou as cadeiras que deveriam sentar-se. Em seguida Fernanda de posse de um microfone deu as boas vindas a todos, virou-se para Ana Clara e disse:
- Oi! – ela sorriu para Ana.
Todos no salão sorriram também.
- Oi. –disse Ana envergonhada.
- Ana, minha querida amiga, deve ter percebido que a convidada especial hoje é você. Nós jamais poderíamos deixar passar um momento como esse, que é sem dúvida inesquecível. – Fernanda fez uma pausa, respirou fundo e continuou. – Sabemos que você achou que não seria possível realizar uma festa assim, provavelmente nem imaginou nada do gênero. Mas eu sei os sonhos que tem e eles não são bem um conto de fadas, não é mesmo? Eles são palpáveis e concretos. Então esta noite o que eu te peço é que se permita viver um sonho diferente. Divirta-se é só o que pedimos. Te arranjei até um príncipe. – e apontou para Zac que sorriu sem jeito e todos riram novamente.
Ana Clara tremia dos pés a cabeça, suas mãos estavam geladas. E só conseguia pensar que sem dúvida alguma Zachary era o príncipe perfeito e se era para embarcar em um conto de fadas que fosse com ele então.
- Ana olha para aquele telão ali. – Fernanda apontou para o lado esquerdo.
No telão foram projetadas cenas e imagens da infância de Ana Clara. Vídeos com fragmentos de seus aniversários anteriores, seus primeiros passos nos patins, a primeira apresentação. Momentos especiais que foram registrados em fotografias e vídeos.
- Oi Ana! – uma voz falou através da caixa de som.
Ana viu do lado oposto ao que estava olhando, outro telão, o rosto de Zac estava nele e a garota suspirou fundo e ficou preocupada de terem percebido.
- Quando a Fernanda me pediu para gravar esse vídeo, eu fiquei pensando no que eu poderia falar para você hoje e não estava a fim de parecer piegas, mas aí me dei conta de que é impossível falar de você ou para você sem ser sentimental. Eu te conheço desde que tínhamos sete anos? É acho que foi com essa idade e me lembro que a primeira coisa que você fez ao me ver, foi me dar um tapa e dizer: você não pode entrar no banheiro das meninas! – ele fez uma pausa em sua fala e sorriu, e a imagem tremeu, já que a câmera estava em sua mão. Todos no salão sorriram com ele.
- Naquele dia Aninha, eu aprendi que conviver com você seria sempre um turbilhão de emoções e sentimentos. Eu te amei e te odiei várias vezes ao longo desses anos de amizade e sei que a recíproca foi verdadeira. – ele olhou para o chão e a câmera o acompanhou. – Você é especial Aninha. Só posso desejar o que há de melhor para sua vida. Forever ou para sempre, como achar melhor.
- Agora vou atrás de umas pessoinhas para que elas possam falar mal de você, já que eu só rasguei seda.
Desse modo outros amigos e familiares de Ana Clara deixaram seus recadinhos e felicitações para ela. Fernanda voltou para o corredor formado pelos casaizinhos, ao fundo começou a tocar uma música e ela e Mateus seguiram pelo corredor e pararam em frente a Ana Clara. Pegaram um papel e Fernanda começou a leitura:
- Existe somente uma idade para a gente ser feliz, somente um momento na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-las a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.
- Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo. – leu Mateus.
Em seguida o próximo casal fez o mesmo e assim sucessivamente. Até que o último casal, Pedro Henrique e Priscila leram respectivamente:
- Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida, a nossa própria imagem e semelhança e vestir-se com todas as cores e experimentar todos os sabores e entregar-se a todos os amores.
- Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo novo, de novo e de novo, e quantas vezes for preciso.
- Essa idade tão fugaz da gente chama-se Presente e tem a duração do instante que passa.
A essa altura Ana que costumava ser durona estava aos prantos, segurando um lencinho para não borrar a maquiagem. Zac a pegou pela mão e a conduziu até a pista de dança e o DJ começou a tocar Stand by Me e os dois dançaram juntinhos. Em seguida os quinze casais foram para a pista de dança e o baile começou.
Os sentimentos de Ana estavam a mil por hora, a alegria e excitação eram inimigas íntimas naquele momento, aconchegada nos braços de seu melhor amigo. Zac chegou bem perto do ouvido de Ana e perguntou:
- Está satisfeita com tudo isso?
- Completamente. – ela respondeu querendo dizer muito mais.
- Por um momento achei que você fosse querer me bater depois do vídeo.
- Não era bater o que eu queria fazer. – Ana disse mais para si.
- O quê então? – ele perguntou surpreso.
- Matar? – ela mentiu.
Zac sorriu. Dançaram mais duas músicas e depois Ana foi falar com seus pais.
- Vocês me enganaram direitinho! Está tudo lindo! – Ana falou para os dois.
- Graças a Fernanda e ao Zac, eles que organizaram tudo. – explicou Luísa.
- Mas vocês permitiram que acontecesse. Estou muito feliz. Obrigada. – Ana abraçou os pais.
- Agora vai se divertir filha! Esqueça que estamos aqui. – Elias a incentivou.
Ana procurou por Fernanda pelo salão e correu até ela quando a viu.
- O que foi tudo isso? – Ana perguntou eufórica.
- Tudo pra você, inclusive aquele rapaz ali de terno e tênis. – Fê apontou para Zac que estava encostado em uma pilastra conversando com outros garotos. – Vai lá falar com ele.
- Falar o quê Fernanda?
- Que tal começar dizendo que você está completamente apaixonada por ele? – inquiriu Fernanda.
- O que tem nesse seu copo, cachaça?
- Perguntas demais querida. Vai logo! – Fernanda deu um empurrão em Ana e Zac olhou para ela no mesmo instante.
Ele chegou perto de Ana e disse:
- Será que podemos conversar ali fora?
- Claro.
“Quando foi que o simples fato de ouvi-lo passou a me deixar tapada?” Ana se perguntou.
- Tenho um presentinho pra você, mas não quis deixar junto com os outros presentes, queria te entregar pessoalmente. – Zac tirou uma caixinha do bolso do terno e ofereceu para Ana.
Ana desfez o laço, abriu a caixinha e viu uma correntinha de prata, em seu pingente estava escrito Forever. Ana olhou para Zac com os olhos marejados, sentiu tanta ternura e amor por ele como jamais tinha sentido. Tirou a corrente da caixa e pediu para ele colocar em seu pescoço. Zac colocou a correntinha e sentiu uma vontade de beijá-la, mas se conteve, não podia estragar as coisas.
- Obrigada Zac, é simplesmente linda. Eu amei. – Ana o abraçou forte e o que mais queria era não soltá-lo nunca mais.
- A idéia foi sua. – ele tirou de dentro da camisa a correntinha que Ana dera para ele meses atrás.
- Mas a minha é mais bonita, é delicada.
- Como você. – ele segurou o rosto de Ana com as duas mãos ao elogiá-la.
Ana desviou o olhar e Zac tirou as mãos de seu rosto e ela as segurou o mais rápido que pôde. Os dois ficaram de mãos dadas olhando um para o outro por algum tempo, até que Zac quebrou o silêncio.
- Ana, eu tenho tanta coisa pra te falar. – começou meio que sem jeito. – Eu daria qualquer coisa para saber o que você está pensando agora.
- Estou pensando em o que será que você quer me falar. – disse Ana ansiosa para ouvir o que o garoto tinha a dizer.
- Eu esperei tanto por esse momento, Ana. Eu não devia estar com vergonha de você. A gente sempre foi sincero um com o outro, mas as coisas estão diferentes agora, né?
- Estão.
As mãos de Ana tremiam tanto que estava fazendo as de Zac estremecer também.
- Ana eu gosto de você. Eu gosto do jeito como você fala, como anda, gosto da maneira como você fica irritada quando não gosta das minhas brincadeiras. Eu te adoro Ana, não consigo parar de pensar em você. Eu seria o cara mais feliz do mundo se você aceitasse namorar comigo.
Zac ficou esperando uma resposta de Ana, mas antes que ela falasse qualquer coisa, um grupo de meninas se aproximou deles.
- Ana, está todo mundo procurando por você. Venha, temos que tirar fotos. – e saíram levando Ana pela mão.
Ela fitou Zac até entrar no salão. Ana queria voltar e dizer sim, aceito, é tudo o que mais quero, mas não foi possível. Todas as suas damas estavam organizadas para tirarem fotos e não foram poucas. Passaram uma meia hora posando para fotos e depois foi a vez dos cavalheiros se juntarem a elas, inclusive Zac, que foi colocado ao lado de Ana. Ela se aproveitou de um desses momentos em que estavam posando e disse bem baixinho para ele:
- Eu serei a garota mais feliz do universo se o tiver como namorado.
Zac deu uma boa gargalhada e a abraçou, beijando sua cabeça enquanto mais fotos eram tiradas. Algum tempo depois ele conseguiu roubar Ana em uma rodinha de garotas e a levou para fora do salão e correram até o píer na beira do lago. Ana encostou-se ao corrimão e ficou contemplando o brilho das luzes sobre o lago, e foi quando percebeu como a noite estava perfeita e romântica ao lado de seu melhor amigo e não de outro garoto qualquer. Era com Zac que ela estava naquele píer, e não desejava estar com mais ninguém.
- Ana, só para eu ter certeza, você disse mesmo o que eu ouvi lá dentro? – Zac perguntou.
- O que foi que você ouviu?
- Que será a garota mais feliz do mundo se namorar comigo. – ele a encarou ao falar.
- Não. Eu não disse isso.
Ele franziu a testa confuso. Ana Clara completou:
- Eu disse que serei a garota mais feliz do universo se namorá-lo.
- Então acho que seremos um casal muito feliz. – constatou Zac, se aproximando de Ana, e a beijou cautelosamente. Um beijo doce, apaixonado, bem diferente daquele primeiro beijo de quando tinham doze anos.
Sentaram-se em um banco e ficaram abraçados ali contando um ao outro como estavam se sentido, trocando carinhos e confidências.
- Acho que eu deveria falar com os seus pais. – disse Zac.
- Ainda não. Eu quero poder falar com eles primeiro. Você entende né? Eu mal fiz aniversário. – explicou Ana.
- Está bem, se prefere assim. Acho que não vou poder te beijar lá dentro, certo? – ele se levantou e ofereceu o braço para Ana.
- Infelizmente não. – ela respondeu se levantando.
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Acho tão bonitinho esse capítulo! E vocês, o que acharam?